quarta-feira, 26 de novembro de 2008

O CONCÍLIO DE NICÉIA


Pesquisa e Compilação de dados: E.I.E. Caminhos da Tradição
(vide bibliografia e um link que levou uma discussão com um padre católico num fórum do Orkut ao final do texto)
325 D.C – É realizado o Concílio de Nicéia, atual cidade de Iznik, província de Anatólia (nome que se costuma dar à antiga Ásia Menor ), na Turquia asiática. A Turquia é um país euro-asiático, constituído por uma pequena parte européia, a Trácia, e uma grande parte asiática, a Anatólia. Este foi o primeiro Concílio Ecumênico da Igreja, convocado pelo Imperador Flavius Valerius Constantinus (285 - 337 d.C), filho de Constâncio I. Quando seu pai morreu em 306, Constantino passou a exercer autoridade suprema na Bretanha, Gália ( atual França ) e Espanha. Aos poucos, foi assumindo o controle de todo o Império Romano. Desde Lúcio Domício Aureliano (270 - 275 d.C.), os Imperadores tinham abandonado a unidade religiosa, com a renúncia de Aureliano a seus "direitos divinos", em 274. Porém, Constantino, estadista sagaz que era, inverteu a política vigente, passando, da perseguição aos cristãos, à promoção do Cristianismo, vislumbrando a oportunidade de relançar, através da Igreja, a unidade religiosa do seu Império. Contudo, durante todo o seu regime, não abriu mão de sua condição de sumo-sacerdote do culto pagão ao "Sol Invictus". Tinha um conhecimento rudimentar da doutrina cristã e suas intervenções em matéria religiosa visavam, a princípio, fortalecer a monarquia do seu governo.
Na verdade, Constantino observara a coragem e determinação dos mártires cristãos durante as perseguições promovidas por Diocleciano, em 303. Sabia que, embora ainda fossem minoritários ( 10% da população do império ), os cristãos se concentravam nos grandes centros urbanos, principalmente em território inimigo. Foi uma jogada de mestre, do ponto de vista estratégico, fazer do Cristianismo a Religião Oficial do Império : Tomando os cristãos sob sua proteção, estabelecia a divisão no campo adversário. Em 325, já como soberano único, convocou mais de 300 bispos ao Concílio de Nicéia. Constantino visava dotar a Igreja de uma doutrina padrão, pois as divisões, dentro da nova religião que nascia, ameaçavam sua autoridade e domínio. Era necessário, portanto, um Concílio para dar nova estrutura aos seus poderes.
E o momento decisivo sobre a doutrina da Trindade ocorreu nesse Concílio. Trezentos Bispos se reúnem para decidir se Cristo era um ser criado (doutrina de Arius) ou não criado, e sim igual e eterno como Deus Seu Pai (doutrina de Atanásio). A igreja acabou rejeitando a idéia ariana de que Jesus era a primeira e mais nobre criatura de Deus, e afirmou que Ele era da mesma "substância" ou "essência" (isto é, a mesma entidade existente) do Pai.
Assim, segundo a conclusão desse Concílio, há somente um Deus, não dois; a distância entre Pai e Filho está dentro da unidade divina, e o Filho é Deus no mesmo sentido em que o Pai o é. Dizendo que o Filho e o Pai são "de uma substância", e que o Filho é "gerado" ("único gerado, ou unigênito", João 1. 14,18; 3. 16,18, e notas ao texto da NVI), mas "não feito", o Credo Niceno, estabelece a Divindade do homem da Galiléia, embora essa conclusão não tenha sido unânime. Os Bispos que discordaram, foram simplesmente perseguidos e exilados. Com a subida da Igreja ao poder, discussões doutrinárias passaram a ser tratadas como questões de Estado. E na controvérsia ariana, colocava-se um obstáculo grande à realização da idéia de Constantino de um Império universal que deveria ser alcançado com a uniformidade da adoração divina.
O Concílio foi aberto formalmente a 20 de maio, na estrutura central do palácio imperial, ocupando-se com discussões preparatórias na questão ariana, em que Arius , com alguns seguidores, em especial Eusébio , de Nicomédia; Teógnis, de Nice, e Maris, de Chalcedon, parecem ter sido os principais líderes. Como era costume, os bispos orientais estavam em maioria. Na primeira linha de influência hierárquica estavam três arcebispos : Alexandre, de Alexandria; Eustáquio, de Antioquia e Macário, de Jerusalém, bem como Eusébio, de Nicomédia e Eusébio, de Cesaréia. Entre os bispos encontravam-se Stratofilus, bispo de Pitiunt (Bichvinta, reino de Egrisi). O ocidente enviou não mais de cinco representantes na proporção relativa das províncias : Marcus, da Calabria (Itália) ; Cecilian, de Cartago (África) ; Hosius, de Córdova (Espanha); Nicasius, de Dijon (França) e Domnus, de Stridon (Província do Danúbio). Apenas 318 bispos compareceram, o que equivalia a apenas uns 18% de todos os bispos do Império. Dos 318, poucos eram da parte ocidental do domínio de Constantino, tornando a votação, no mínimo, tendenciosa. Assim, tendo os bispos orientais como maioria e a seu favor, Constantino aprovaria com facilidade, tudo aquilo que fosse do seu interesse. As sessões regulares, no entanto, começaram somente com a chegada do Imperador. Após Constantino ter explicitamente ordenado o curso das negociações, ele confiou o controle dos procedimentos a uma comissão designada por ele mesmo, consistindo provavelmente nos participantes mais proeminentes desse corpo.
O Imperador manipulou, pressionou e ameaçou os partícipes do Concílio para garantir que votariam no que ele acreditava, e não em algum consenso a que os bispos chegassem. Dois dos bispos que votaram a favor de Arius foram exilados e os escritos de Arius foram destruídos. Constantino decretou que qualquer um que fosse apanhado com documentos arianistas estaria sujeito à pena de morte. Mas a decisão da Assembléia não foi unânime, e a influência do imperador era claramente evidente quando diversos bispos de Egito foram expulsos devido à sua oposição ao credo. Na realidade, as decisões de Nicéia foram fruto de uma minoria. Foram mal entendidas e até rejeitadas por muitos que não eram partidários de Ário.
Posteriormente, 90 bispos elaboraram outro credo (O "Credo da Dedicação") em, 341, para substituir o de Nicéia. (...) E em 357, um Concílio em Smirna adotou um credo autenticamente ariano. Portanto, as orientações de Constantino nessa etapa foram decisivas para que o Concílio promulgasse o credo de Nicéia, ou a Divindade de Cristo, em 19 de Junho de 325. E com isso, veio a conseqüente instituição a Santíssima Trindade e a mais discutida, ainda, a instituição do Espírito Santo, o que redundou em interpolações e cortes de textos sagrados, para se adaptar a Bíblia às decisões do conturbado Concílio e outros, como o de Constantinopla, em 38l, cujo objetivo foi confirmar as decisões daquele. A concepção da Trindade, tão obscura, tão incompreensível, oferecia grande vantagem às pretensões da Igreja. Permitia-lhe fazer de Jesus Cristo um Deus. Conferia a Jesus, que ela chama seu fundador, um prestígio, uma autoridade, cujo esplendor recaia sobre a própria Igreja católica e assegurava o seu poder, exatamente como foi planejado por Constantino. Essa estratégia revela o segredo da adoção trinitária pelo concílio de Nicéia. Os teólogos justificaram essa doutrina estranha da divinização de Jesus, colocando no Credo a seguinte expressão sobre Jesus Cristo : “Gerado, não criado”. Mas, se foi gerado, Cristo não existia antes de ser gerado pelo Pai. Logo, Ele não é Deus, pois Deus é eterno!
Espelhando bem os novos tempos, o Credo de Nicéia não fez qualquer referência aos ensinamentos de Jesus. Faltou nele um "Creio em seus ensinamentos", talvez porque já não interessassem tanto a uma religião agora sócia do poder Imperial Romano. Mesmo com a adoção do Credo de Nicéia, os problemas continuaram e, em poucos anos, a facção arianista começou a recuperar o controle. Tornaram-se tão poderosos que Constantino os reabilitou e denunciou o grupo de Atanásio. Arius e os bispos que o apoiavam voltaram do exílio. Agora, Atanásio é que foi banido. Quando Constantino morreu ( depois de ser batizado por um bispo arianista), seu filho restaurou a filosofia arianista e seus bispos e condenou o grupo de Atanásio. Nos anos seguintes, a disputa política continuou, até que os arianistas abusaram de seu poder e foram derrubados. A controvérsia político/religiosa causou violência e morte generalizadas. Em 381 d.C, o imperador Teodósio (um trinitarista) convocou um concílio em Constantinopla. Apenas bispos trinitários foram convidados a participar. Cento e cinqüenta bispos compareceram e votaram uma alteração no Credo de Nicéia para incluir o Espírito Santo como parte da divindade. A doutrina da Trindade era agora oficial para a Igreja e também para o Estado. Com a exclusiva participação dos citados bispos, a Trindade foi imposta a todos como "mais uma verdade teológica da igreja". E os bispos, que não apoiaram essa tese, foram expulsos da Igreja e excomungados.
Tudo isso nos leva a crer que o homem chamado "Jesus Cristo" na maneira descrita nos Evangelhos nunca existiu. Suas peripécias são fictícias; não padeceu sob nenhum Pôncio Pilatos; não foi nem poderia jamais ser a única Encarnação do Verbo; e qualquer Igreja, seita ou pessoa que diga o contrário ou está enganada ou enganando. Não quero dizer com isto que um homem assim não pudesse ter nascido, pregado e padecido. Segundo a Doutrina Teosófica, teria existido um homem chamado Joshua Ben Pandira. Tais homens nascem continuamente, e continuarão a nascer por todos os tempos: Encarnações do Logos, Templos do Espírito Santo, Cruzes de Matéria coroadas pela Chama do Espírito.
Direi mais: Houve, em certa ocasião, um homem que alcançou no mais alto grau a consciência de sua própria Divindade; e este homem morreu em circunstâncias análogas (porém não idênticas!) àquelas narradas nos Evangelhos. Seu nascimento perdeu-se na noite dos tempos: ele foi o original do "Enforcado" ou "Sacrifício" no Tarô, e os egípcios o conheciam pelo nome de Osíris. Foi esse Iniciado quem formulou na carne a fórmula do Deus Sacrificado. Esta é a fórmula da Cerimônia da Morte de Asar na Pirâmide, que foi reproduzida nos mistérios de fraternidades maçônicas da tradição de Hiram, das quais o exemplo mais perfeito foi o Antigo e Aceito Rito Escocês. O Grau 33° desse rito indicava uma Encarnação do Logos, a descida do Espírito Santo; a manifestação, na carne, de um Cristo; a presença do Deus Vivo. Por volta do século IX, o credo já estava estabelecido na Espanha, França e Alemanha. Tinha levado séculos desde o tempo de Cristo para que a doutrina da Trindade "pegasse". As políticas do governo e da Igreja foram as razões que levaram a Trindade a existir e se tornar a doutrina oficial da Igreja. Como se pode observar, a doutrina trinitária resultou da mistura de fraude, política, um imperador pagão e facções em guerra que causaram mortes e derramamento de sangue. As Igrejas Cristãs hoje em dia dizem que Constantino foi o primeiro Imperador Cristão, mas seu "cristianismo" tinha motivação apenas política. É altamente duvidoso que ele realmente aceitasse a Doutrina Cristã. Ele mandou matar um de seus filhos, além de um sobrinho, seu cunhado e possivelmente uma de suas esposas. Ele manteve seu título de alto sacerdote de uma religião pagã até o fim da vida e só foi batizado em seu leito de morte. ************ OBS.: Em 313 d.C., com o grande avanço da "Religião do Carpinteiro", o Imperador Constantino Magno enfrentava problemas com o povo romano e necessitava de uma nova Religião para controlar as massas. Aproveitando-se da grande difusão do Cristianismo, apoderou-se dessa Religião e modificou-a, conforme seus interesses. Alguns anos depois, em 325 D.C, no Concílio de Nicéia, é fundada, oficialmente, a Igreja Católica...
Há que se ressaltar que, "Igreja" na época de Jesus, não era a "Igreja" que entendemos hoje, pois se lermos os Evangelhos duma ponta à outra veremos que a palavra «Igreja», no sentido que hoje lhe damos, nem sequer neles é mencionada exceto por aproximação e apenas três vezes em dois versículos no Evangelho de Mateus (Mt 16, 18 e Mt 18, 17), pois a palavra grega original, usada por Mateus, ekklêsia, significa simplesmente «assembléia de convocados», neste caso a comunidade dos seguidores da doutrina de Jesus, ou a sua reunião num local, geralmente em casas particulares onde se liam as cartas e as mensagens dos apóstolos. Sabemo-lo pelo testemunho de outros textos do Novo Testamento, já que os Evangelhos a esse respeito são omissos. Veja-se, por exemplo, a epístola aos Romanos (16,5) onde Paulo cita o agrupamento (ekklêsia) que se reunia na residência dum casal de tecelões, Áquila e Priscila, ou a epístola a Filémon (1, 2) onde o mesmo Paulo saúda a ekklêsia que se reunia em casa do dito Filémon ; num dos casos, como lemos na epístola de Tiago (2, 2), essa congregação cristã é designada por «sinagoga». Nada disto tem a ver, portanto, com a imponente Igreja católica enquanto instituição formal estruturada e oficializada, sobretudo a partir do Concílio de Nicéia, presidido pelo Imperador Constantino, mais de 300 anos após a morte de Cristo. Onde termina a IGREJA PRIMITIVA dos Atos dos Apóstolos e começa o Catolicismo Romano?
Quando Roma tornou-se o famoso império mundial, assimilou no seu sistema os deuses e as religiões dos vários países pagãos que dominava. Com certeza, a Babilônia era a fonte do paganismo desses países, o que nos leva a constatar que a religião primitiva da Roma pagã não era outra senão o culto babilônico. No decorrer dos anos, os Líderes da época começaram a atribuir a si mesmos, o poder de "senhores do povo" de Deus, no lugar da Mensagem deixada por Cristo. Na época da Igreja Primitiva, os verdadeiros Cristãos eram jogados aos leões. Bastava se recusar a seguir os falsos ensinamentos e o castigo vinha a galope. O paganismo babilônico imperava a custa de vidas humanas. No ano 323 d.C, o Imperador Constantino professou conversão ao Cristianismo. As ordens imperiais foram espalhadas por todo o império:
As perseguições deveriam cessar! Nesta época, a Igreja começou a receber grandes honrarias e poderes mundanos. Ao invés de ser separada do mundo, ela passou a ser parte ativa do sistema político que governava. Daí em diante, as misturas do paganismo com o Cristianismo foram crescendo, principalmente em Roma, dando origem ao Catolicismo Romano. O Concílio de Nicéia, na Ásia Menor, presidido por Constantino era composto pelos Bispos que eram nomeados pelo Imperador e por outros que eram nomeados por Líderes Religiosos das diversas comunidades. Tal Concílio consagrou oficialmente a designação "Católica" aplicada à Igreja organizada por Constantino : "Creio na igreja una, santa, católica e apostólica". Poderíamos até mesmo dizer que Constantino foi seu primeiro Papa. Como se vê claramente, a Igreja Católica não foi fundada por Pedro e está longe de ser a Igreja primitiva dos Apóstolos...
Os documentos incluídos no assim-chamado "Novo Testamento" (a saber, os Quatro Evangelhos, os Atos, as Cartas e o Apocalipse) seriam falsificações perpetradas pelos patriarcas da Igreja Romana na época de Constantino, por eles chamado "o Grande" porque permitiu esta contrafação, colaborando com ela.
Constantino não teve sonho algum de "In Hoc Signo Vinces". Tais lendas teriam então sido inventadas pelos patriarcas romanos dos três séculos que se seguiram, durante os quais todos os documentos dos primórdios da assim-chamada "era Cristã" existentes nos arquivos do Império Romano foram completamente alterados. O que realmente aconteceu na época de Constantino, foi que, aliados os presbíteros de Roma e Alexandria, com a cumplicidade dos patriarcas das igrejas locais, dirigiram-se ao Imperador, fizeram-lhe ver que a religião oficial era seguida apenas por uma minoria de patrícios, que a quase totalidade da população do Império era cristã (pertencendo às várias seitas e congregações das províncias); que o Império se estava desintegrando devido a discrepância entre a fé do povo e a dos patrícios; que as investidas constantes de seitas guerreiras essênias da Palestina incitavam as províncias contra a autoridade de Roma; e que, resumindo, a única forma de Constantino conservar o Império seria aceitar a versão Romano-Alexandrina do Cristianismo. Então, os bispos aconselhariam o povo a cooperar com ele; em troca, Constantino ajudaria os bispos a destruírem a influência de todas as outras seitas cristãs! Constantino aceitou este pacto político, tornando a versão Romano-Alexandrina do Cristianismo na religião oficial do Império.
Conseqüentemente, a liderança religiosa passou às mãos dos patriarcas Romano-Alexandrinos, que, auxiliados pelo exército do Imperador, começaram uma "purgação" bem nos moldes daquelas da Rússia moderna. Os cabeças das seitas cristãs independentes foram aprisionados; seus templos, interditados; e congregações inteiras foram sacrificadas nas arenas das províncias de Roma e Alexandria. Os gnósticos gregos, herdeiros dos Mistérios de Elêusis, foram acusados de práticas infames por padres castrados como Orígenes e Irineu (a castração era um método singular de preservar a castidade, derivado do culto de Átis, do qual se originou a psicologia Romano-Alexandrina). Os essênios foram condenados através do hábil truque de fazer dos judeus os vilões do Mistério da Paixão; e com a derrota e dispersão finais dos judeus pelos quatro cantos do Império, a Igreja Romano-Alexandrina respirou desafogada e pode dedicar-se completamente ao que tem sido sua especialidade desde então: AJUDAR OS TIRANOS DO MUNDO A ESCRAVIZAREM OS HOMENS LIVRES.
Em resumo: Por influência dos imperadores Constantino e Teodósio, o Cristianismo tornou-se a religião oficial do Império Romano e entrou no desvio. Institucionalizou-se; surgiu o profissionalismo religioso; práticas exteriores do paganismo foram assimiladas; criaram-se ritos e rezas, ofícios e oficiantes. Toda uma estrutura teológica foi montada para atender às pretensões absolutistas da casta sacerdotal dominante, que se impunha aos fiéis com a draconiana afirmação : "Fora da Igreja não há salvação". Além disso, Constantino queria um Império unido e forte, sem dissensões. Para manter o seu domínio sobre os homens e estabelecer a ditadura religiosa, as autoridades eclesiásticas romanas deviam manter a ignorância sobre as filosofias e Escrituras. A mesma Bíblia devia ser diferente. Devia exaltar Deus e os Patriarcas mas, também, um Deus forte, para se opor ao próprio Jeová dos Hebreus, ao Buda, aos poderosos deuses do Olimpo. Era necessário trazer a Divindade Arcaica Oriental, misturada às fábulas com as antigas histórias de Moisés, Elias, Isaías, etc., onde colocaram Jesus, não mais como Messias ou Cristo, mas, maliciosamente, colocou Jesus parafraseado de divindade no lugar de Jezeu Cristna, a segunda pessoa da trindade arcaica do Hinduísmo. Nesse quadro de ambições e privilégios, não havia lugar para uma doutrina que exalta a responsabilidade individual e ensina que o nosso futuro está condicionado ao empenho da renovação interior e não à simples adesão e submissão incondicional aos Dogmas de uma Igreja, os quais, para uma perfeita assimilação, eram necessários admitir a quintessência da teologia : "Credo quia absurdum", ou seja, "Acredito mesmo que seja absurdo", criada por Tertuliano (155-220), apologista Cristão.
Disso tudo deveria nascer uma religião forte como servia ao império romano. Veio ainda a ser criados os simbolismos da Sagrada Família e de todos os Santos, mas as verdades do real cânone do Novo Testamento e parte das Sagradas Escrituras deviam ser suprimidas ou ocultadas, inclusive as obras de Sócrates e outras Filosofias contrárias aos interesses da Igreja que nascia. Esta lógica foi adotada pelas forças clericais mancomunadas com a política romana, que precisava desta religião, forte o bastante, para impor-se aos povos conquistados e reprimidos por Roma, para assegurar-se nas regiões invadidas, onde dominava as terras, mas não o espírito dos povos ocupados. Em troca, o Cristianismo ganhava a Universalidade, pois queria se tornar "A Religião Imperial Católica Apostólica Romana", a Toda Poderosa, que vinha a ser sustentada pela força, ao mesmo tempo em que simulava a graça divina, recomendando o arrependimento e perdão, mas que na prática, derrotava seus inimigos a golpes de espada. Então não era da tolerância pregada pelo Cristianismo que Constantino precisava, mas de uma religião autoritária, rígida, sem evasivas, de longo alcance, com raízes profundas no passado e uma promessa inflexível no futuro, estabelecida mediante poderes, leis e costumes terrenos. Para isso, Constantino devia adaptar a Religião do Carpinteiro, dando-lhes origens divinas e assim impressionaria mais o povo o qual sabendo que Jesus era reconhecido como o próprio Deus na nova religião que nascia, haveria facilidade de impor a sua estrutura hierárquica, seu regime monárquico imperial, e assim os seus poderes ganhariam amplos limites, quase inatingíveis. Quando Constantino morreu, em 337, foi batizado e enterrado na consideração de que ele se tornara um décimo terceiro Apóstolo, e na iconografia eclesiástica veio a ser representado recebendo a coroa das mão de Deus.
Fontes:
* Instituto São Thomás de Aquino - Fundação para Ciência e Tecnologia - Dominicanos de Lisboa - Portugal.
* Documentos da Igreja Cristã, de H. Bettenson.
* UMA HISTÓRIA DA LEITURA, de Alberto Manguel, COMPANHIA DAS LETRAS – SP, 1997 ( páginas 228 a 237 ) da "LEITURA DO FUTURO" - Editora Schwarcz Ltda.
* História da Igreja Católica, Philip Hughes, Dominus.
* História Universal, H.G. Wells.
* Carta à um Maçon - Marcelo Ramos Motta
* LA MISA Y SUS MISTÉRIOS, de J. M. Ragón.
* THE ARCANE SCHOOLS, de John Yarker.
* DO SEXO À DIVINDADE, do Dr. Jorge Adoum.
* CURSO FILOSÓFICO DE LAS INICIACIONES ANTIGUAS Y MODERNAS, de J. M. Ragón.
* ISIS UNVEILED, de Helena Blavatsky, seção sobre o cristianismo.

***Vide discussão com um padre católico num fórum do orkut***
Discussão

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

EXORCISMO


PERGUNTAS E RESPOSTAS A UM ESTUDANTE
Por Frater Magister


Estudante: Frater como se realiza um exorcismo?

Frater: São muitos métodos

Estudante: Pode me ensinar algum que não seja tão complexo, mas seja eficiente?

Frater: Quem você quer exorcizar? (rs)

Estudante: Ninguém em especifico, mas não sei o porquê, depois de algumas experiências astrais fiquei interessado em saber como fazer...

Frater: Bom a igreja tem ritos de exorcismo, mas nós nos utilizamos de banimentos e outras técnicas quando necessárias.

Estudante: Então um ritual como o rubi estrela pode exorcizar uma pessoa?Ou pelo menos fazer com que o demônio saia do corpo da mesma?

Frater: Não é bem assim existem técnicas juntamente com passes magnéticos e descargas eletromagnéticas, isso obviamente não é assunto para msn devido a extensão, mas tudo está atrelado ao desenvolvimento do magista

Estudante: Ok..entendo....

Frater: Qualquer demônio respeita o comando do mago, sem a necessidade de um exorcismo e quando não respeita existem técnicas mágickas para imposição de sua vontade para que ele obedeça. O exorcismo puro ao modo da igreja tem pouquíssima eficácia, cito o caso que virou filme, o “Exorcismo de Emily Rose”, em que a moça faleceu ao final do exorcismo. Ora, se for para matar a vítima do exorcismo, não precisaríamos de exorcismo, concorda? (rs)


Estudante: Isso se dá desde o inicio dos estudos do magista, ou só quando ele já for bem experiente?

Frater: Tudo está atrelado ao desenvolvimento da vontade mágicka do operador, é necessário ter-se um feeling aguçado, pois nem sempre é necessário exorcizarmos alguém,
e por outro lado o magista adestrado possui vidência, possui sensibilidade que está acima das percepções mundanas e com isso consegue manipular a situação ao seu favor. Ele realiza a sua vontade como soberana e isso é uma conquista. Você pode acender uma vela e isso nada representará se você não souber criar a esfera astral adequada ao passo que se eu acendo uma vela, consagro o ambiente aos elementos, crio a esfera astral que desejo como um “ato continuum” de minha mente. O universo é mental, mas o mago pode expandir o seu micro universo, microposopos ou microcosmo então esta esfera ou microcosmo criado pelo mago onde ele exercerá total poder e comando, sendo o soberano neste território. O mundo é magnetizado pela luz do Sol, e nós somos magnetizados pela Luz Astral do mundo, que opera no corpo do planeta e se repete em nós. Dentro de nós há três mundos analógicos e hierárquicos, como em toda a Natureza. Homem é o Microcosmo ou pequeno mundo, e, de acordo com a doutrina de analogias, tudo que está no grande mundo é reproduzido dentro do pequeno. Conseqüentemente nós temos quatro centros de atração fluídica e de projeção. O cérebro para o coração, deste para o epigástrico e deste para órgão genital, alternando-se e vice-versa. Tal aparato em nós inserido coloca nossos egos em comunicação com o fluido universal provido a nós pelo sistema nervoso central, onde estão localizados os meridianos da acupuntura, tidos como canais de energia.
Todo corpo da verdadeira doutrina mágicka é uma interação mágicka ou equilíbrio entre duas forças pulsantes uma que ascende e outra cai, pois como disse Crowley no Livro da Lei existe a Pomba e a Serpente. Fazendo uso da palavra (verbo) e do fluído magnético, nós empregamos uma expressão aceita que busca ser entendida desta maneira, pois o sistema de vibrações eletromagnéticas que impregnam o astral explica a natureza deste fenomenal assunto.

Estudante: E essa luz astral pode ser desvirtuada por pessoas, digamos, despreparadas, em outras palavras, o discípulo pode achar que está no caminho certo, quando na verdade estará entregue a um instrutor despreparado?

Frater: Pode sim meu caro, e aí que mora o real perigo, a luz astral em questão, como sendo o instrumento da vida, se subordinada a um mecanismo cego, procedendo de centros automáticos arbitrários, se torna uma luz morta ou um buraco negro que só tenderá a seguir determinadas impulsões ou leis fatais. Isto também é comum ao estudante que busca indefinidamente e não pratica nada. O correto é se você achou um caminho, trilhe por ele, veja até onde ele pode te levar, faça experimentos. Constate por si só, e oriente-se por aí. A maestria não provém de títulos, pois aquele que sabe, demonstra na prática, e sabe criar a esfera mágicka que desejar. A luz astral é fatal para o magista ignorante, que sem conhecimento de causa executa e experimenta sem avaliar os danos; sendo indubitavelmente contagioso para aqueles que o seguem respirar o mesmo ar de uma pessoa mentalmente doente, pois estar dentro do círculo de atração e expansão que cerca este ser, só atrairá o contrário e o perverso numa intoxicação completa da Luz Astral.


segunda-feira, 10 de novembro de 2008

OS ESCRAVOS SERVIRÃO!


Por Francisco Marengo


Qual é a primeira impressão que essa frase causa? Com certeza algo relacionado à intolerância, a discriminação, etc. Posso assegurar que não é nada disso. Vou tentar nessas poucas linhas explicar o significado dessa frase.

Vamos refletir nessa simples frase do Líber Al II, 58-59:

58. Sim! Não considereis mudança: vós sereis como vós sois, & não outro. Portanto os reis da terra serão Reis para sempre: os escravos servirão. Não há ninguém que será rebaixado ou exaltado: tudo é sempre como foi. Entretanto há os meus servos disfarçados: pode ser que aquele mendigo adiante seja um Rei. Um Rei pode escolher sua vestimenta como ele quiser: não há teste seguro: mas um mendigo não pode esconder sua pobreza.
59. Cuidado, portanto! Ama a todos, pois pode ser que haja um Rei escondido! Dizes assim? Tolo! Se ele for um Rei, tu não podes machucá-lo.
Nós reconhecemos dois tipos dos povos no mundo: reis e escravos. Como novatos do trabalho na Grande Obra, naturalmente, precisamos ser REIS E MESTRES, ou buscar a maestria para que nos livremos da escravidão e da limitação. Nós não procuramos dominar ou controlar outros, mas dominar e controlar a nós mesmos, o que já é um grande feito. Os reis são aqueles que realizam e fazem sua própria vontade verdadeira, e que vivem como indivíduos livres, autogovernados e auto-suficientes, sendo eles cidadãos do mundo. Os escravos, por outro lado, ignoram sua verdadeira vontade, sendo parte da consciência coletiva e da massa de conformismo, perdida e limitada em um mundo insensível e ignorante repletos da desilusão. Os reis são poucos, escravos são muitos. Os reis são os verdadeiros empregados da Divindade, que exercitam o amor sob vontade, e unem-se com o Todo fazendo do movimento do Universo a sua própria verdadeira vontade. Os escravos são limitados a suas naturezas inferiores ou pessoais, e nem sabem a que vieram e para onde vão.


“Reis e escravos”, mas o que isso quer dizer? Todos os escravos poderiam um dia se tornar Reis? Os Reis poderiam se tornar escravos? Qual é a diferença entre um e outro e qual é o preço a se pagar? É isso que tentarei explicar para vocês neste ensaio.

Vou falar sobre os escravos - os conformistas e passivos. São aquelas pessoas que só pensam nelas mesmas, havendo um sentido de egoísmo em tudo que fazem. Que pensam em trabalhar para ganhar “apenas” o seu sustento. São pessoas que não se interessam em evoluir e nem em aprender nada. Geralmente tem medo de saber “verdades” e com isso abrirem os olhos e gerar “responsabilidade”, ou então realmente não estão preparadas para aprender nada. Jamais deixarão nada de produtivo para humanidade. Um aprendizado oculto poderia resultar num choque com suas crenças. As pessoas nem sempre estão prontas para isso, pois precisam de um deus que as julgue, conduza, castigue, proteja. Buscam receber presentes e dádivas divinas a todo instante, para isso não medem esforços em fazer toda a sorte de promessas absolutamente sem nenhum sentido. Fazem como os três macaquinhos, tampando os próprios olhos, ouvidos e bocas. São os “covardes da vida”, os omissos, os preguiçosos, os comodistas, é aquele que dá a esmola o mais rápido possível, para se ver livre dos mendigos, e nem são capazes de perceber a sua própria pobreza. Se vestir as vestes de um rei, o escravo não conseguirá esconder a sua miséria, a miséria de sua alma.

São atoleimados que adoram criar ofensas dirigidas as pessoas de bem, geralmente com termos chulos. Não há nenhuma honra em um cretinóide que ofende em público sem ter qualquer fundamento. O escravo geralmente pretende posar de intelectual, mas, sempre mostra ser um sevandija, nada mais que um biltre. E na ignorância que caracteriza os bilhostres do escravo. Tomam qualquer pessoa ser do mesmo jaez que ele. O escravo gosta de se fazer de vítima, algo como um tipo de mártir vitimado pelos desmandos dos reis, que calam as vozes dissidentes.


A segunda classe é a dos Reis. Os Reis são aqueles que querem! Eles querem saber, eles querem ousar, eles querem vencer, querem prosperar, etc. Estão em constante busca de sua Verdadeira Vontade, de sua Vontade Pessoal. Preocupam-se com suas realizações, fazem, agem, não importa a eles se terão algum reconhecimento futuro. A chave de suas vidas é: “Sem ânsia de resultados”. Sim, porque a ansiedade destrona reis, derruba os guerreiros, não nos permite ter sucesso em nossas realizações. Reconhecem as necessidades de sua coletividade e se esforçam para mudar o que precisa ser mudado e trabalhar de forma inteligente e sábia.

Sabe por que os escravos são escravos e os Reis são Reis? Simples, porque eles querem! Por que cada um deles escolheu assim, logo cada um é totalmente responsável por suas escolhas. Isso é simples de se entender, mas existem segredos nisso!

O universo é tão perfeito em sua mecânica! Pena que tão poucos conseguem ver isso. Os escravos não amargam as derrotas da vida como um Rei faria.

O Rei não sofre, porque ele gosta do que faz. O escravo querendo ou não riquezas, ele não quer ter responsabilidades e nem quer agir. Eles têm que se conformar com a miséria! É uma escolha deles. Os Reis podem ter de tudo, mas tem que cuidar de tudo, correr atrás de tudo. Eles têm que se conformar com a correria, com o constante movimento! É uma escolha deles. Os escravos têm que ser empregados dos Reis, é sua escolha. E não adianta dizer que se não houvesse escravos e pedintes, os reis estariam em maus lençóis, porque um rei não precisa ser exatamente milionário, ele sabe servir e se serve, o faz com dedicação, com prazer, diferentemente do escravo que precisa ser impulsionado para servir, pois quando faz, faz de mal gosto.


Mas, a mecânica social é ainda mais perfeita do que parece. Os reis têm uma coisa que os escravos não enxergam. É uma espécie de maldição para os escravos. Os reis sentem prazer na vida! É isso mesmo. Eles, por exemplo, chegam muito cansados do serviço e com um simples prato de comida, sentem um prazer (energia) que os escravos JAMAIS sentiriam com o mesmo prato. Isto se dá porque os escravos xingam, condenam suas próprias vidas, precisam achar um culpado para seus males.

Os reis sentem prazer nas pequenas coisas da vida, o que para um escravo é quase impossível sentir. Ainda mais na mesma intensidade e força. Vocês não percebem como os reis vivem sorrindo? Vivem felizes e qualquer mísera coisa já é um grande motivo para festa. Os escravos, quanto mais conseguem, mais insatisfeitos ficarão. Você pode dizer: “Eu quero uma bela casa!” Você pode ter. Um rei pode ter o que quiser, mas quando perceber que conquistou um sonho, sempre vai querer algo maior. Não porque não está satisfeito. É porque o rei vive para ação e para a conquista. Sabe que bens materiais também fazem parte de suas conquistas.

É claro que quando entramos em uma concessionária para tirar um importado zero é delicioso! O cheiro do carro novo, o roncar do motor. É um prazer imenso!

Chegará uma hora em que o escravo não mais conseguirá sentir prazer na vida, cairá na massa de conformismo.

Mais aí entra outro segredinho o que as pessoas precisam saber para não se afundarem em suas mágoas. Sabe onde fica a maior e inesgotável fonte de prazer? Como disse, no prazer da conquista. Se o escravo não perceber o quanto poderiam se beneficiar com isso, ele começará a nutrir um grande ódio ao ver alguém feliz, já que ele não consegue ter tudo que deseja, e não consegue ser feliz também. Aprenderão a tragar as alegrias alheias. TUDO NO UNIVERSO É UMA TROCA.

Um escravo egoísta é alguém mergulhado na infelicidade e de nada adiantará todas as suas conquistas. Um Rei traz felicidade, e quanto mais disso fizer, mais feliz ele será! E com isso, os escravos também são cuidados e quiçá poderão com esse contágio aprenderem a ser reis. Eu diria que a felicidade dos pequenos faz a felicidade dos reis. Porque se ficassem parados com todo o dinheiro, morreriam nas teias da infelicidade e então ao invés de reis, seriam escravos. O mundo todo deve prosperar!

Enquanto os escravos não souberem disso, eles sempre se sentirão injustiçados. Haverá crimes, seqüestros, corrupção, problemas sociais e descontentamentos. Enfim, a lei da ação e reação infalível.

Os Reis fazem descobertas e evoluem junto com a terra em que todos vivem. Eles trabalham para concretizar sonhos, eles descobrem e projetam felicidade com suas criações, não importa o que seja. E, um mundo só de escravos? Eles jamais teriam saído das cavernas. Equilíbrio é a palavra chave do universo. Sem ele, nada existe nada prospera. O egoísmo dos escravos de quererem ter tudo que foi pago e conquistado pelos reis, pago com alegria. O egoísmo dos escravos em não quererem se mover, e ainda assim acharem que devam ser pagos com o trabalho dos Reis. Os escravos servirão!

Não há distinções básicas entre nenhum ser humano. Mas, há distinções naquilo que os impelem para frente e naquilo que atravanca seu progresso e crescimento. O que é quase inalcançável para uns, é conquistado por outros, muitas vezes tendo nascido em condições mais precárias que esses. São essas pequenas coisas que distinguem os grandes seres, dos pequenos e reclusos em sua concha.

O que você quer ser? Um rei ou um escravo?

Amor é a lei, amor sob vontade!

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

ENIGMA


por Francisco Marengo

Em que lado da força você está? Já se cansou de ouvir falar sobre “luz e trevas”. Esses conceitos acabam por se tornar obscuros, e muitas vezes confusos. Essa confusão é proposital, para milhões de pessoas que acham que estão fazendo o “certo” na verdade estão no mais profundo engano e outros que se decidem fazer o “errado” está no mesmo time acreditando que está do lado oposto. Isso torna tudo mais confuso ainda não é? Pois bem, eu vou dar uma chave desse enigma à vocês para que saiam desse labirinto de "porquês". Logo vocês verão tudo se esclarecer diante de vossos olhos. Existem realmente duas forças, mas vamos trocar a terminologia para que o que está escondido se mostre. Existe a força “ativa” que é à força o empuxo rumo a evolução, movimento, ação; e existe a força “passiva”, que é a força que “segura”, que “para”, que trunca a evolução.
NÃO IMPORTA SE VOCÊS DIZEM QUE ESTÃO SERVINDO UM OU OUTRO, ISSO SERÁ MEDIDO POR SEUS ATOS NO DIA A DIA. A força passiva é a força “má” por assim dizer, a força que tenta brecar a evolução do mundo a qualquer custo. O interessante é que essa força mórbida usa as mais belas palavras e artifícios para convencer os milhões de seres não-pensantes. Quase todas as pessoas são aprisionadas por essa força quando se utilizam diariamente dela para sua vida. Vou dar alguns exemplos do que falo. Atos “negros” e involutivos como o “esperar para daqui a pouco”. As pessoas sempre estão esperando algo dar certo, o governo mudar, DEUS AJUDAR, a vida melhorar, ganhar na loteria, APARECER um emprego melhor, etc. Isto é o que chamamos de passividade anímica. É triste, mas as pessoas só irão acordar e entender que SE ELAS NADA FIZEREM, NINGUÉM FARÁ POR ELAS, e quando a vida passar, tudo se acabou. A pobreza e a riqueza só dependem de nós, por incrível que pareça. Quando você começa a “movimentar energias” a vida começa a se utilizar de você para mover energias.
Como? Oportunidades aparecem. Pensem em tudo como números, se você quer que sua vida se torne (X+Y), logo você deve movimentar (X+Y) de energia para CHEGAR ATÉ O FIM ALMEJADO. Não adianta querer pular etapas. Enquanto uns fazem, lutam os outros simplesmente rezam. Quem é que chegará a algum lugar? Enquanto uns rezam, outros maldizem, e outros fazem, quem chegará a algum lugar? Uma coisa terrível que irei dizer agora, mas se refletirem verão que é puramente lógico; O BEM E O MAL TRABALHAM DO MESMO LADO. Se quiser acabar com O MAL, acabe com a ignorância primeiro e mostre as pessoas com os seus atos, mostre a elas quem é SEU DEUS. Você faz sua própria sorte ou azar. Você se mantêm pobre ou enriquece. NINGUÉM FARÁ ISSO POR VOCÊ e se fizer, você pagará três vezes aquilo que com seu esforço pagaria uma única vez.
Bom, não vou me estender mais, pois isso faria com que eu tirasse o esforço de vocês e os tornaria passivos. Mas para finalizar, uma reflexão para vocês: Quem foi que truncou a evolução do nosso planeta por mais de dois mil anos? Quem é contra tudo que é evolução e tecnologia e atribui as melhores obras e invenções como “obra do diabo”? Quem é contra magia, ocultismo e a evolução plena do ser humano e também atribui tudo ao diabo? O símbolo da cruz não representa o que se vê por aí, simplesmente o salvador pendurado em uma cruz, representa sim a escolha, a ação ou estagnação? O símbolo da pureza não é uma mulher virgem ou estéril, o símbolo da pureza para nós representa uma mulher ativa, inteligente, fértil, capaz de gerar a vida no ventre, que não a obra do divino, senão pela magia da criação.
NÃO VELAI OS SEUS MAUS HÁBITOS COM BELAS PALAVRAS! Cuidado com essas palavras tão bonitas e tão usuais pelas pessoas como AMOR, PERDÃO, COMPAIXÃO, ETC. “Porque existe a pomba e a serpente”. “Existe “amor e amor”.” NÃO ESPERE, NÃO EXISTE AMANHÃ, A VIDA É UM ETERNO AGORA! Haverá sempre um propósito maior nessa nossa jornada, todo o conhecimento propagado e aplicado em vida resulta em sabedoria. A Vida é uma estrada, estamos sempre de partida para uma nova aventura. E qual será a nova aventura que o universo nos reserva? Descobrir-se em essência é descortinar os véus dos mistérios da vida e fazer cair os véus do ilusório. Quando maior Mago do Séc. XX foi posto a prova, ele teve que enfrentar suas dúvidas e incertezas que se manifestavam diante dele em forma de demônios. Essas dúvidas não clareavam sua mente para o enigma que se apresentava à sua frente sobre qual caminho deveria seguir.
E depois deveria, tal como, o Arcano do Louco decidir qual a gama de conhecimentos levaria em sua algibeira. O Senhor do Destino já havia iluminado sua mente, explicado sua missão e o perigo de sua aventura que se descortinava a sua frente. Os deuses em beneplácito ao seu Sumo Sacerdote, outrora Ank-f-na-Khonsu, atenuariam a dor de suas perdas. O mago então assumiu a sua missão, os deuses explicaram a ele o essencial sobre as forças que estariam se reunindo e o rumo que seria levado, quais as forças que estaria enfrentando para tentar restaurar o equilíbrio no planeta. Em suas evocações e oráculos, os espíritos lhe disseram coisas sobre o seu desígnio, um grande propósito. Foi-lhe explicado que quando essas grandes mudanças acontecem abre-se algo como um vórtice atemporal, esse vórtice nos levaria para um grande avanço tecnológico e espiritual, mas para que ocorresse este último, ainda deveriam ser enfrentados e vencidos; e o que deve ser feito para restaurar o equilíbrio do mundo. E a bem da verdade, o mundo evoluiu em tecnologia, mas agora deverá evoluir espiritualmente.
Imagine se puder, que está na ante-sala de um enorme templo, sentado perto da lareira, na fronteira dos Portais que nos levam para os reinos das Sephirot. Você é um mago e depois de realizar inúmeros Ritos Ancestrais, você está exausto. Você se levanta e joga mais lenha no fogo. Segurando em uma mão um cajado enorme, com um cristal brilhante na ponta, as chamas crepitando na lareira resplandecem o cristal do cajado em cores cintilantes. Agora num estado muito especial, estabelece o contato com seu Mestre Interior, e ele em tom solene diz: “Existe um lugar fora do espaço-tempo não conhecido pela maioria dos mortais. O acesso a esse local se dá unicamente àqueles que descobriram suas verdadeiras vontades. E se assim o fizeram descobriram também a sua Missão Sagrada. Tudo que está escrito, pode ser reescrito, os opostos se atraem, o desequilíbrio nada mais é que uma perturbação eletromagnética daquilo que concebe como Luz e Trevas. Hórus, o Senhor do Æón deseja falar-lhe pois Choronzon, o morador do abismo, o demônio do ego e da discórdia começou a estender seu reino de putrefação e estagnação da alma ao mundo dos vivos. As Sagradas Escrituras de todos os tempos trazem relatos sobre acontecimentos semelhantes de tempos pregressos. Cada vez que o ciclo que se abre para mudanças e evolução, arrastam junto determinadas forças contrárias, com o fito de testar e certificar que a humanidade está pronta para o próximo passo. Toda luz traz as trevas aos espaços mais extremos. Se a humanidade quer a iluminação, precisará antes estar pronta para as trevas. Agora é chegado o tempo, o incerto é agora, o cérebro necessita mais do que nunca do coração para nos conduzir aos extremos. Foi para esta missão que você nasceu na Terra neste período. Você foi guiado a este lugar exato, nesta noite específica, para este propósito. Em tempos tormentosos como este, as forças de Vida e Morte convocam seus campeões eternos. Este é o seu destino — ser o nobre Mago do Ǽon e herói de sua época — um tempo sobre o qual se cantará louvores de glória em todas as eras futuras.
Sua missão é confrontar o diabo da incerteza no seu campo de batalha, na aridez do deserto. Lá você confrontará Choronzon e restaurará a Ordem ao Caos. Se falhar, o mundo será mergulhado em uma nova era de trevas. Se forem bem-sucedidos, o fluxo de vida consciente da Terra estará livre para dar o maior salto na evolução desde que o primeiro ser humano resolveu andar ereto. Mas fique em estado de observância: Choronzon tem um poder imenso. Ele é o demônio Legião. Pazuzu, o demônio sumério, rei dos demônios do vento, filho do deus Hambi, Senhor das Febres e Pragas, Anjo Negro dos Quatro Ventos, que traz as tempestades e a estiagem, sua influência é sentida em todas as partes do mundo. Vocês não podem esperar derrotá-lo pela força das armas, pois as armas mais mortais já concebidas pertencem a ele. E ele também controla as riquezas dos impérios, arrastando escravos às multidões.
É difícil tecer-se definições sobre Choronzon, pois a natureza dele é tal que tudo o que possamos falar sobre ele é, em essência, falso. Ele é o Demônio da Confusão e Dispersão que enfrentamos na travessia do Abismo, onde se encontra Daath e que separa as 7 Sephiroth inferiores das 3 Supernas no esquema da árvore da Vida.
Chama-lo de demônio não significa que ele seja um ser propriamente dito, Choronzon carece de significado ou existência em si mesmo. Choronzon não tem um corpo próprio, sequer uma individualidade. Ele é a ausência total de forma e, ao mesmo tempo, é toda possibilidade de forma, impulsionado pela mente que lhe propicia a manifestação a partir das coisas que se encontram reprimida em nossa sombra e que, em geral, desconhecemos.
O Conhece-te a ti mesmo é essencial na vitória sobre Choronzon. Crowley nos diz que Choronzon cria as formas em voz alta: Zazas, Zazas, Nasatanada Zasas. Mas ele é muito mais um estado mental do que um ser constituído e individual. Ele provém da dispersão mental do iniciado, esta é a razão pela qual Choronzon não pode persistir, por muito tempo, em qualquer das formas que adota. Não existe continuidade ou estabilidade em Choronzon, assim como, não existem continuidade e estabilidade no estado de ausência de concentração mental ou confusão.
Não há existência no Abismo, ou seja, existem formas, mas nenhuma forma é distinta (No-thing = nenhuma coisa: nenhuma coisa distinta da outra). Ele é habitante de ZAX do Sistema Enoquiano e diz-se que ele corresponde a Satan. Por Gematria, o número de Choronzon é 333: Ch = 8, O = 6, R = 200, O = 6, N = 50, Z = 7, O = 6, N = 50. Choronzon é o demônio que enfrentamos em todos os estados em que a confusão mental nos toma e onde percebemos que o raciocínio analítico não nos é de muita ajuda, pois o surgimento de uma idéia, ou ponto de vista, imediatamente faz surgir o seu oposto e não se chega a conclusão nenhuma, pois tudo carece de real significado. Choronzon é ilusão, Maya e todas as suas conseqüências levadas a extremo no interior do iniciado.
Muitos consideram que o encontro com este demônio da dispersão só se dá em um lugar pré-determinado e dentro dos limites de um momento específico, buscado através do efeito de algum rito mágico realizado com esta intenção. Porém, sendo a mente uma manifestação natural de todo àquele que vive o encontro com Choronzon pode se dar a qualquer momento sob o influxo de qualquer fator que afete a nossa psique.
Tanto o iniciado, quanto o não-iniciado, têm que, vez por outra, enfrentar e obter a vitória sobre Choronzon. A diferença é que o iniciado sabe o que busca e está ciente, em menor ou maior grau, dos obstáculos que podem se erguer no caminho da sua auto-realização, enquanto o não-iniciado, a mais das vezes, sofre o processo de modo inconsciente. A árvore é a árvore da Vida, portanto, todo aquele que vive, está sob a influência dos estados mentais ali delimitados, seja sob o nome Sephiroth, Abismo ou qualquer outro. A presença de Choronzon se faz sentir, de modo freqüente, nas chamadas Noites Negras da Alma e representa o último grito da "carne", do ego individual, que está prestes a perder o seu significado em favor da Consciência Divina.
É uma espécie de "pane mental", um processo de passagem de um estado mental ou espiritual a outro. O intelecto humano em feroz luta contra a Consciência do Deus que em nós habita. Ele sempre surge quando o sofrimento assombra o iniciado. Por vezes o sofrimento se prolonga durante anos até que o iniciado consiga "abdicar" do seu ego e prosseguir em seu caminho ate Binah, "depositando" seu sangue na Taça de Babalon, e seus ossos na Cidade das Pirâmides. É dito que, na Cidade das Pirâmides, o nome do iniciado já não é mais, ou seja, o iniciado se liberta do jugo do ego, da personalidade individual.
Ele se torna o mais completo vazio de onde surge a verdade divina, ele se torna um Mestre de Templo e pode, por opção, retornar ao mundo para ajudar a humanidade a se libertar do jugo de Maya. Isto não significa que o iniciado, literalmente, mate o ego ou que este já não exista mais, jamais devemos esquecer que o ego é essencial ao processo de individuação e de manifestação no mundo de Malkuth. A morte coroada pela entrada na Gloriosa Cidade em que Babalon é Senhora e Rainha, significa apenas que, uma vez liberto do poder do ego e de seus mecanismos, o iniciado está apto a avaliar o seu eu e personalidade humanos anteriores de forma impessoal.
Ele se torna apto a perceber a ilusão provocada por um instrumento - ego - que funciona centrado basicamente na auto-afirmação e auto-defesa, gerando uma série de conflitos desnecessários. Tendo dominado dentro de si mesmo, até o ponto crítico - Choronzon -, os últimos resquícios do Desejo, da Hostilidade e da Ilusão - forças motrizes do universo manifesto -, o Mestre de Templo contemplou, refletidas como num espelho, as últimas fantasias projetadas de sua vontade física e primitiva - Choronzon. Superou a vontade de viver de acordo com os motivos comuns do desejo e da hostilidade, num ambiente ilusório de causas, fins e meios fenomênicos. Tendo o Mestre de Templo ultrapassado os delírios ou enganos - Choronzon - de seu próprio ego auto-afirmativo, auto-defensivo e voltado para si mesmo, ele conhece dentro e fora o mais pleno entendimento que lhe proporciona paz, tranqüilidade e equilíbrio. Ele observa a imagem do magnífico e mais perfeito vazio que transcende o pensamento. Pensamento, no qual, se encontram suas próprias experiências do ego em relação à forma, percepções, palavra, concepções e ao próprio conhecimento intelectual. Ele se eleva, retorna ao seu meio, e habita entre nós como um centro "desprovido de ego" de onde não emana mais o raciocínio intelectual e analítico, mas sim, o princípio do vazio de onde tudo provém, manifesto em toda a sua simplicidade através da palavra do Mestre de Templo.
Em razão disso, é que se diz que é difícil entender a palavra do Mestre de Templo, pois ela provém da simplicidade máxima, do vazio primordial de onde absolutamente tudo que conhecemos é emanado, ele manifesta o segredo germinal do Pai, incompreensível ao intelecto humano. Retornar ao meio em que habitou, após se elevar, é o verdadeiro "ato compassivo" do Mestre de Templo, pois, por meio dele é revelada a verdade do Pai, e uma profusão de dádivas espirituais fluem deste ser para a libertação de toda a raça humana. Aleister Crowley relata seu encontro com Choronzon em "A Visão e A Voz" ("The Vision and Voice"), obra referente a visão e a voz dos Anjos dos 30 Aethyrs Enoquianos, que concebeu em 1909 e.v., no norte do deserto africano, ao lado do poeta Victor Neuburg - Frater Omnia Vincam-, um probacionista da A.·.A.·. .
Nas experiências deles com o Aethyr, em 6 de dezembro de 1909 e.v., Choronzon adquiriu muitas formas físicas, inclusive a de uma cortesã parisiense que Neuburg - o Escriba - tinha amado, no intuito de seduzi-lo e fazê-lo sair do círculo de proteção, para "obter para si a forma distinta de Neuburg". Algumas vezes Choronzon falou com a voz do próprio Crowley - o Vidente. Quando o Vidente com o seu Anel Sagrado escreveu na areia do deserto o nome de BABALON, que é a vitória sobre Choronzon, este não mais se manifestou. Babalon - Binah - é dita ser a vitória sobre Choronzon, no sentido de dizer que o Adepto venceu, ao cruzar o Abismo, Daath, a Sephira do Conhecimento. Este conhecimento de Daath é o conhecimento desprovido do real Entendimento que é fornecido mais acima por Binah. Daath representa o conhecimento intelectual que o iniciado coletou em todas as suas experiências passadas, originadas do seu intercurso com a vida, o mundo, Malkuth. É a tendência que todo ser humano apresenta em interpretar todos os fenômenos sob a perspectiva do conhecimento adquirido em suas experiências pessoais. Como Daath se encontra no Abismo, trecho de passagem do humano para o divino, o conhecimento adquirido das experiências humanas do iniciado não o auxiliam a compreender o divino acima, do qual, ele já começa a sofrer influência. Quanto mais o iniciado se apega as suas próprias experiências passadas, tentando interpretar o novo, o divino, através delas, mais a mente do mesmo se torna confusa e mais ele se debate na angústia daquilo que seu intelecto não consegue compreender.
Este estado de confusão mental, angústia e total desespero diante do incognoscível é o que se conhece como experiência de Choronzon. E, a menos que o iniciado se dispa da sua antiga roupagem, tornando-se um bebê nu e puro, engendrado num ovo, vencendo seu medo do incógnito amanhã e do desconhecido porvir, ele jamais conseguirá alcançar o portal do Divino. Uma vez tendo vencido Choronzon, o iniciado supera a ilusão fenomênica provocada pelo intelecto, uma das ferramentas do Ego, e alcança Babalon, o Entendimento - Binah. Babalon é a virgem qual o adepto se une após ter vencido o demônio da confusão e dispersão. É a pérola sagrada que deve ser resgatada da boca do Dragão que habita o Abismo, Choronzon. Na Qabalah, Binah é a sephirah que logo segue a Daath, na escala ascendente.
Chockmah, que se segue a Binah, é a Sabedoria. Da união do Entendimento com a Sabedoria, o Filho é gerado. Binah é o entendimento necessário para apreender a essência da Verdadeira Vontade, cuja semente reside em Chokmah. Binah e Chokmah são complementares, não existe oposição real ali.Binah é Babalon, e Chokmah o Chaos, por isso é dito que Babalon é a noiva do Chaos. Assim, Binah nos proporciona o entendimento necessário para organizar o "caos" que hoje é, para nós, a visualização daquilo que é a nossa Verdadeira Vontade. Binah e Chokmah são dois eternos amantes, um não subsiste sem o outro, nem o universo sobreviveria se os dois não estivessem em eterno conluio amoroso! Na verdade, Binah e Chokmah, conjugados, são a vitória sobre Choronzon, mas Crowley citou somente Babalon como sendo esta vitória porque a chegada do adepto Cidade das Pirâmides realmente é o primeiro sinal de sucesso sobre o abismo, o adquirir do entendimento necessário para encetar a ainda longínqua jornada até o núcleo de Chaos.
Em razão desta eterna cumplicidade entre Binah e Chockmah, se diz sobre Babalon que ela é aquela dama que está sempre em conluio sexual com absolutamente tudo o que existe no universo manifesto - a Prostituta Sagrada -, pois é a partir da determinação inclusa em Chaos que todo o universo é gerado. É claro que a semente que se encontra em Chaos foi ali semeada pelo que está mais acima, Kether, He-ru-Ha-Ha. O caos de Choronzon não tem nada a ver com o Chaos atribuído a Chokmah. Em Choronzon o caos significa confusão e ilusão, em Chokmah, o Chaos significa germinação, mais referente ao Chaos que antecede a Criação. A manifestação e influência de Choronzon estão no abismo e abaixo do abismo, não pertence Tríade Superna.
A Tríade Superna e aquilo que se encontra abaixo dela são universos com parâmetros e bases completamente diferentes. Sob a influência de Choronzon está o homem que não tem a mínima idéia do que vai fazer da sua vida e não sabe que caminho escolher, devido a isso, se debate na angustiosa impossibilidade da realização concreta, da criação, da alteração do meio de acordo com a Verdadeira Vontade que desconhece. Em Chokmah está o Mago, aquele que adquiriu o supremo conhecimento e entendimento de si mesmo. Aquele que domina todos os seus próprios planos de projeção na existência e sabe exatamente o que quer, o que fazer e como fazer para produzir os resultados que almeja. O Mago é um deus, Hórus manifestado na matéria, pronto para liderar as suas próprias hostes contra o antigo em favor do nascimento do novo, a Criança Coroada e Vingadora que irá, com seu próprio sangue - vida - fertilizar e renovar o mundo. Todos os seres humanos, no sentido da consciência humana comum e adormecida, em maior ou menor grau, vivem sob o reino desequilibrado de Choronzon, o rei da confusão e da dispersão.
E é isso o que, por agora, se pode dizer a respeito de Choronzon, da travessia e do estado espiritual posterior. Ainda assim, tudo isto está muito permeado por conhecimento intelectual. Somente se pode falar plenamente sobre Choronzon quando a experiência de seu enfrentamento e a posterior vitória sobre ele nos for oferecida em sua máxima amplitude. Até que o momento da suprema e definitiva batalha se manifeste, apenas fagulhas de entendimento nos são possíveis. Porém, é destas fagulhas deentendimento que a vida nos oferece que a possibilidade de vitória se desenha e, aos poucos, vai se manifestando para cada um de nós. Devemos sempre lembrar que a vida é a verdadeira iniciação, da qual, todas as outras são como pálidos reflexos no espelho da existência que intensificam a nossa vontade de superar a incerteza humana em favor da certeza divina que habita em todos nós.
É sábio viver a vida intensamente, um dia após o outro, um pequeno passo após o outro; partir sempre da pequena parte para o todo e, tudo isto, sem ânsia de resultados, e tudo isto sempre em nome da Nossa Sagrada Senhora da Iniciação, Babalon, a Senhora da Vida e da Morte que nos abre o Portal da Verdadeira existência. Cruzando o Abismo Após obter-se o SAG, o adepto pode escolher então alcançar o próximo marco maior: o cruzamento do Abismo, o grande golfo ou vácuo entre o mundo fenomênico da manifestação e sua fonte numérica, aquela grande vastidão espiritual que deve ser cruzada pelo adepto para que ele alcance o controle. Esta doutrina é extremamente difícil de ser explicada; porém ela corresponde mais ou menos ao intervalo entre o Real, que é o ideal, e o Irreal, que é o existente. No Abismo todas as coisas existem, realmente, pelo menos in posse, porém não possuem nenhum significado possível; pois elas carecem do substrato da Realidade espiritual. Elas são aparências sem Lei. Elas são, pois Ilusões Insanas. Choronzon é o Habitante do Abismo; ele é lá a obstrução final. Se ele for enfrentado com a preparação própria, então ele estará lá para destruir o ego, o que permitirá ao adepto mover-se para além do Abismo. Se não estiver preparado, então o desafortunado viajante será completamente disperso em aniquilação. Tanto Choronzon quanto o Abismo são discutidos nas Confissões de Crowley (cap. 66): “O nome do Habitante do Abismo é Choronzon, porém ele não é realmente um indivíduo.
O Abismo é carente de ser; está preenchido com todas as formas possíveis, cada uma delas igualmente ocas, cada uma delas, portanto maligna no único e verdadeiro sentido da palavra – isto é, sem significado, porém maligno, já que tenta ao máximo tornar-se real. Estas formas rodopiam insensivelmente em turbilhões aleatórios, como redemoinhos (dust devils), e a cada oportunidade os agregados se justificam como indivíduos e gritam, “Eu sou eu!”, embora cientes a todo momento que seus elementos não possuem coesão verdadeira; de forma que o menor distúrbio dissipa a ilusão da mesma forma que um cavaleiro, encontrando um diabo do pó, o transforma em cascatas de areia no chão.” Contudo, logo do outro lado do Abismo espera Babalon. Ela convoca o adepto a render-se completamente, de forma que ele ou ela possa passar. Babalon, a Cidade das Pirâmides, e a Noite de Pã Choronzon é o habitante do interior do Abismo, e seu trabalho é prender o viajante em seu mundo sem sentido de ilusão. Contudo, Babalon está esperando do outro lado, acenando (na esfera de Binah na Árvore da Vida). Se o adepto se render a ela – o símbolo para este ato é o derramamento do sangue do adepto em seu graal [dela] – ele torna-se impregnado por ela (um estado chamado de “Bebê do Abismo”), e então renasce como mestre e um santo que habita na Cidade das Pirâmides.
A Cidade das Pirâmides é o lar para estes adeptos que cruzaram o grande Abismo, tendo derramado todo o seu sangue no Graal de Babalon. Eles destruíram suas identidades egóicas terrenas, tornando-se nada mais que pilhas de pó (i.e., os aspectos remanescentes de seus Verdadeiros Eus sem o auto-sentido do “Eu”). Em seu interior, eles assumiram o nome ou título de Santos ou Nemo (latim para Homem Nenhum). No sistema da A.´.A.´., eles são chamados de Mestres do Templo. É um passo no decorrer do caminho de purificação espiritual, e um lugar de descanso espiritual para aqueles que desvincularam-se com sucesso do plano mundano. Sobre estes adeptos, está escrito em: “A Visão e a Voz” (Aethyr 14): Estes adeptos assemelham-se a Pirâmides – seus capuzes e robes são como Pirâmides [...] E a Visão Beatífica não mais existe, e a glória do Mais Alto não mais existe. Não há mais conhecimento. Não há mais prazer. Não há mais poder. Não há mais beleza. Pois é este o Palácio do Entendimento: pois você é uno com as coisas Primevas.’ O Mestre do Templo, de acordo, não interfere com o esquema das coisas exceto o necessário para realizar a Obra para a qual foi enviado. Porquê ele lutaria contra o aprisionamento, o banimento, a morte? [...] O Mestre do Templo está tão distante do homem através do qual Ele manifesta-se que todas estas questões não são de importância alguma para ele. Pode ser de importância para Sua Obra que o homem sente-se sobre um trono, ou que seja enforcado. Fui instantaneamente apagado pela escuridão. Meu Anjo sussurrou as palavras secretas pelas quais se desfruta dos Mistérios dos Mestres do Templo.
No momento presente meus olhos contemplam (o que parecia ser antes formas rochosas) os Mestres, velados em sua majestade imóvel, amortalhados pelo silêncio. Cada um deles era exatamente igual ao outro. Então o Anjo me fez compreender aonde minha aspiração me conduzia: todos ospoderes, todos os êxtases, terminavam nisto – eu compreendi. Ele então me contou que agora meu nome era Nemo, sentado junto com outras formas silenciosas na Cidade das Pirâmides sob a Noite de Pan, aquelas outras partes de mim que eu havia deixado para sempre abaixo do Abismo deveriam servir como veículo para as energias que haviam sido criadas pelo meu ato. Meu corpo e mente privados do ego aos quais eles até então obedeciam, agora estavam livres para manifestar-se de acordo com sua natureza no mundo, para devotar-se a ajudar a humanidade em sua evolução. Em meu caso eu havia sido jogado na Esfera de Júpiter. Minha parte mortal existia para auxiliar a humanidade através do trabalho jupteriano, que é o governar, ensinar, criar, exortar os homens a aspirarem a tornarem-se mais nobres, mais santos, mais dignos, mais reais, mais gentis e mais generosos. A Cidade existe sob a Noite de Pan, ou N.O.X. O brincalhão e (lecherous) Pan é o deus grego da natureza, da luxúria, e do poder masculino gerativo. A palavra grega Pan também se traduz como Tudo, e desta forma é ele “um símbolo do Universal, uma personificação da Natureza, tanto Pangenetor, “criador do todo”, quanto Panphage, “devorador do todo” (Sabazius, 1995). Portanto, Pan é tanto aquele que dá a vida quanto o que a toma, e sua Noite é o tempo da morte simbólica onde o adepto experimenta a unificação com o Todo através da destruição extática do ego-eu.
Num sentido mais geral, é o estado em que se transcendem todos os limites e experimenta-se a unidade com o universo. Magus e Ipsissimus Os dois marcos finais são alcançados apenas por uns poucos. O penúltimo é o tornar-se um Magus (simbolizado pela entrada em Chokmah na Árvore da Vida), cujo dever essencial é comunicar uma nova Verdade à humanidade. Sobre os Magi, Crowley escreve: “Existem muitos instrutores mágicos, porém na história registrada possuímos quase que menos de uma dúzia de Magi no sentido técnico da palavra. Eles podem ser reconhecidos pelo fato de que sua mensagem pode ser formulada como uma única palavra, e esta palavra deve ser algo que quebra todas as crenças e códigos existentes. Podemos tomar como exemplos a Palavra de Buda – Anatta (ausência de um atman ou alma) [...] Maomé, mais uma vez, com a única palavra Allah [...] Similarmente, Aiwass, pronunciando a palavra Thelema (com todas as suas implicações), destrói completamente a fórmula do Deus Moribundo.” O estado de ser de um Magus é descrito no Líber B vel Magi de Crowley. Em outros lugares, ele admite a possibilidade de alguém alcançar este posto sem pronunciar uma nova Palavra mágica(k). Tal Magus, diz ele, identificar-se-ia com a Palavra do Aeon corrente e trabalharia para estabelecê-lo. Em Magick sem Lágrimas, Crowley sugere (sem dizê-lo abertamente) que os Chefes Secretos da A.´.A.´. alcançaram pelo menos o posto de Magus de alguma forma. O estado de Ipsissimus é o mais alto possível (simbolizado pela esfera de Kether na Árvore da Vida). Relativamente pouco está escrito em aberto sobre este grau de realização. “O Ipsissimus está completamente livre de quaisquer limites que sejam, existindo na natureza de todas as coisas sem descriminações de quantidade ou qualidade entre elas. Ele identificou o Ser e o Não-Ser e o Devir, a ação e a não-ação e a tendência para a ação, com todas as outras triplicidades do gênero, não distinguido entre elas em respeito a quaisquer condições, ou entre uma coisa qualquer e uma outra coisa qualquer conforme ela existe com ou sem condições.” “Ele jura aceitar este Grau na presença de uma testemunha, e expressa suanatureza em palavras e atos, porém para subtrair a Si Mesmo de uma vez sob os véus da manifestação natural como homem, e para manter silêncio durante sua vida humano como fato de sua realização, até mesmo para outros membros da Ordem.” “O Ipsissimus é antes de tudo o Mestre de todos os modos da existência; isto é, seu ser está inteiramente livre de necessidade interna ou externa. Sua obra é destruir todas as tendências de construir ou de cancelar tais necessidades. Ele é o Mestre da Lei da Insubstancialidade (Anatta).” “O Ipsissimus não possui relação como tal com nenhum Ser. Ele não possui vontade que se alinhe em uma dada direção, e nenhuma Consciência de nenhum tipo que envolva a dualidade, pois Nele tudo é realizado, conforme está escrito ‘além da Palavra e do Tolo, sim, além da Palavra e do Tolo’.”
Pazuzu é o pai das mentiras, e pode fazer com que aqueles que consideramos amigos, mas que são fracos de espírito e desprovidos de caráter, se tornem inimigos e que seja traído por aqueles em quem confia. A serpente ataca a traição e às escondidas, tal como o covarde que, sendo maledicente cava um fosso para seu adversário, não tendo coragem de enfrentá-lo peito a peito, sai para fazer falácias. Quem não tem amor próprio, quando não pode realizar seu intento pela força, recorre à humilhação. A coragem e a astúcia será sempre a arma do homem superior, quando a hipocrisia e a covardia será o guia dos fracos. Poderá haver sorrisos que ferirão mais que uma arma ameaçadora, e abraços mais letais que o do bicho preguiça que demonstra docilidade em sua face enquanto crava suas unhas nas costas. E, como a franqueza e a lealdade são qualidades raras no homem, a maioria finge ser franca e leal. Assim, o mentiroso toma o nome de Adonai em seu testemunho; o ladrão finge ser religioso enquanto pilha e mata.
Aprenda a dominar Choronzon dominando as suas próprias fraquezas, com mente e atitude superior, com rigor, amor, misericórdia, magia, severidade, nobreza e sabedoria. Pois a sua jornada será pura Magia. Você reunirá Companheiros corajosos, bravos e verdadeiros; e eles virão até você quando tudo parecer perdido. Você aprenderá lições dolorosas e valiosas, que o ensinará aquilo que precisa saber para cada etapa de sua jornada sagrada por essa vida e por outras que estará por vir, pois uma vez no caminho, mesmo que temporariamente não o busque, ele o buscará novamente.”
Escola Iniciática Esotérica “Caminhos da Tradição”
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