quarta-feira, 27 de outubro de 2010

PERGUNTA DE UM ESTUDANTE - SOBRE O ABORTO E O DIREITO À VIDA

ESTUDANTE: Esta questão começou a me perturbar recentemente. Estava em cima do muro, pois acreditava que o aborto em caso de estupro seria viável, mas contando que uma vez fecundado existe um ser ali sendo nutrido e lutando para viver o que acaba sendo um assassinato o aborto neste caso, contra um ser totalmente indefeso. Estou profundamente impactado com alguns vídeos que resolvi assistir porém quero chegar a uma opinião formada separando a emoção da razão. Nunca tinha parado de maneira séria para decidir minha opinião sobre tal, mas resolvi formá-la agora e acabei confuso, pois não consigo imaginar quando seria correto ou não um aborto, ou se não seria correto nunca. Um caso que me assolou o raciocínio foi de uma criança de 9 anos estuprada que teve de abortar. A vida de ambos estava em risco então os responsáveis tinham que tomar a decisão entre o filho viver e a mãe morrer, a mãe viver e o filho morrer ou os dois morrerem. Uma criança de 9 anos gestante por estupro. Ainda não tinha me deparado com uma questão tão complicada meu amigo. Não sei se é uma questão radical ou flexível. Gostaria de entender segundo uma lógica espiritual o que seria certo ou errado.


FM: Meu caro; tudo consiste numa questão de bom senso e de humanidade. Deixar uma criança de 9 anos morrer por culpa de um estupro seria no mínimo desumano.

Agora se uma mulher vítima de um estupro estiver pronta para ter o filho de um criminoso, e ainda encarar isso numa boa, eu creio que seria o certo, mas que isso vai de cada um. De repente, se ela não aceita aquele filho, porque ele vai ter a cara do pai criminoso, ou pelo trauma que isso lhe causou, o bom senso deve permitir que ela aborte a criança para evitar um mal maior. Imagine, uma criança que não tem culpa de nada, vir ao mundo, e ser rejeitada pela mãe e que jamais terá um pai, ou que amanhã venha saber que seu pai era um criminoso estuprador. Que tipo de ser humano ela poderá se tornar no nosso contexto social? Essa é uma pergunta que deixa uma dúvida, porque deveria ser um espírito muito abnegado para passar por cima de todos percalços e permanecer com boa sanidade mental, ou ainda que ela seja entregue a própria sorte para a adoção, e encontre ou não, pais adotivos que possam lhe suprir tais carências.

Por outro lado, a mulher abortar simplesmente porque não quer ter um filho, seria o mesmo que matar uma criança porque ela está lhe dando trabalho e lhe aborrecendo. Não se justifica isso, principalmente com tantos métodos contraceptivos.

O que se deve entender é que o plano espiritual não dita regras. Por exemplo: Algumas tribos de índios no Brasil podem enterrar uma criança viva se julgarem que ela é doente e que sua doença não tem cura. Se não me engano isto está no youtube. Entretanto, se a ciência permite que você veja que o bebê irá nascer com deficiências físicas ou mentais, creio que você deveria ter o direito de solicitar o aborto dessa criança. Uma questão de lógica, talvez até de bom senso, se você acreditar que esse ser será sempre dependente e que você não é eterno para zelar pelos seus cuidados. Aí nós vamos para o muro de novo, para perguntar, onde começa e termina o certo e o errado?

Para mim, esses índios não passam de silvícolas, semi-animais para fazer algo assim, e nem os culpo, como não posso culpar um urso de deitar desajeitadamente sobre o seu filhote, esmagá-lo e logo depois digerí-lo, ou digerí-lo ainda em vida como o macho da espécie do Urso Cinzento pode chegar a fazer. Não há uma culpabilidade, porque isso faz parte de uma crença ainda que retrógrada, ou de uma convicção, ou de um mero instinto como no caso do animal.

E o pior é que não há uma regra espiritual convencionada para isso, como os espíritas, humanistas, ou sei lá quem, querem tanto convencionar ou crer. Se são regras, são feitas por quem? Por Deus, por Jesus, por Moisés, por Maomé, por Lúcifer, pelo Alan Kardec? Até parece que todos os crentes e religiosos seguem tais regras.

A estória vai mais longe se você remontar as diferenças culturais e conjecturar sob a pena de morte. Por exemplo, o mundo chocou-se com o caso da Sakineh, a mulher iraniana acusada de ser adúltera, e de ser suspeita do assassinato do marido. Se ela fosse condenada, iria sob as leis iranianas morrer apedrejada. Mas, a pergunta é: Será que a morte por apedrejamento é menos cruel do que a cadeira elétrica tão comum em um país desenvolvido como os EUA?

Aqui no Brasil não temos a pena de morte, será que isso nos torna mais evoluídos que os americanos? Somos mais cristãos? Mais espíritas? Mais humanos? Mas, e as prisões aqui no Brasil, será que são humanas?

Será que o criminoso não merece a humanidade ou a dignidade para que possa ser reintegrado a sociedade?

Sim, a resposta é essa, temos que ser mais humanos. Mas, quem garante que não apareça um louco qualquer e consiga aprovar a pena de morte no Brasil. E aí, será que estaríamos regredindo?

Mas, e se você chegar a sua casa e estivesse armado com uma pontaria certeira, e de repente notar que sua casa foi invadida por um assaltante prestes a violentar sua família.

O que você faria? Sairia correndo, pediria ajuda a Deus, ou defenderia sua família? A resposta parece simples, porque justifica o bom senso, do direito que você tem de defender sua família. Entretanto, assassinar uma criança é realmente algo desumano. Mas o assassinato é desumano, entretanto, o fim parece justificar os meios. A fim de defender sua família, justifica-se a morte do criminoso.

Assim, como diria Lulu Santos, caminha a humanidade. Vale então meu caro, o bom senso, o senso de justiça, daquilo que lhe parece correto e certo fazer. O apelo que faz a sua consciência em cada atitude que tomar, pois ela poderá ser o seu algoz.

Se a guerra não me parece certo, se tivermos que defender nossa pátria, nós o faremos, com muito orgulho.

Sempre meu caro, vale um olho para o bom senso, e outro obviamente para a justiça, sempre!

O Universo caminha sobre um ordenamento do Caos. Ao que parece a natureza perfeita aos olhos do vulgo que só enxerga a sua beleza, é talvez, porque não quer acreditar que a mesma linda floresta vista ao dia, pode se tornar o pior pesadelo para quem nela se perder à noite.

Se matar não é correto por força de uma Lei Divina, porque então as forças celestes permitem a morte de inocentes numa guerra, numa catástrofe natural, como se deu a pouco no Haiti.

Ninguém garante que daqui a 100, 200 anos, o planeta não seja atingido por um cometa, e quiçá até lá o homem conseguirá através da ciência ordenar uma parcela do Caos Universal evitando um incidente de tais proporções. Isto não o tornará nem mais, nem menos humano, ele o fará por mero instinto de sobrevivência, ainda que aliado a lógica, ao bom senso e a razão.

An iv18 Sol 4° Scorpio, Luna 5° Cancer Dies Jovis



Quinta-feira, 28 de outubro de 2010 e.v. 00:04

Um comentário:

  1. meus parabéns! estou de acordo, viu gostaria de fazer uma pergunta, qual o real significado do crânio humano e se você tem algum relato, do porque ele pode aparecer em fotos e cicatrizes ja aconteceu comigo eu gostaria de saber se pode ser uma simples distorção de imagem ou se a algum motivo quando a certa freqüência?sem mais obrigado!

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